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Setembro: Mês da Filantropia que Transforma

11 Jul 2023

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Este blog foi publicado originalmente no site da Rede Comuá.

 

Um movimento diverso e múltiplo que busca dar visibilidade às agendas e práticas da filantropia comunitária e de justiça social no Brasil.

Graciela Hopstein, Executive Director of the Comuá Network

No mês de setembro de 2022, a Rede Comuá organizou o Seminário Filantropia, Justiça Social, Sociedade Civil e Democracia em comemoração aos 10 anos da sua atuação. Nesse contexto, a Rede conseguiu mobilizar 220 participantes, que estiveram presentes em São Paulo ao longo dos dois dias de debates, 360 pessoas online, 110 organizações, 50 palestrantes, além de 35 apoiadores institucionais e 6 financiadores que apoiaram diretamente o evento.

Em 21 horas de atividades, a Comuá, seus associados e parceiros conseguiram debater e refletir em torno de uma diversidade de temas como filantropia decolonial, confiança e novos arranjos, mirando em horizontes que se traduzem em mudar as relações de poder e fomentar iniciativas voltadas para a construção de uma sociedade menos desigual (no que diz respeito ao acesso a direitos) e reconhecimento das minorias políticas.

Considerando o sucesso alcançado no seminário, e buscando dar continuidade à potência dos debates travados em 2022, a Rede Comuá promoverá, a partir do ano 2023 no mês de setembro, o Mês da Filantropia que Transforma, concebido como um espaço fixo no calendário da filantropia nacional (da mesma forma em que acontece o Mês da Filantropia Negra, no mês de agosto). A partir do desenvolvimento de um conjunto diversificado de debates e reflexões, este evento tem a finalidade de dar visibilidade às iniciativas, ações, práticas, experiências e conhecimentos que impulsionam as agendas de filantropia comunitária e de justiça social no Brasil.

O Mês da Filantropia que Transforma chega como um movimento, como uma onda que envolve diversos atores e dinâmicas. Para isso, serão mobilizados fundos independentes e comunitários, fundações privadas, financiadores, redes, associações nacionais e internacionais e atores da sociedade civil, comprometidos com essas agendas, mostrando a sua potência na promoção de ações estruturantes de mudança através de doações que impulsionam a transformação social no campo de acesso a direitos e no fortalecimento da democracia brasileira.

A programação contemplará o desenvolvimento de diversas atividades em múltiplos formatos (de forma presencial e online) como debates, rodas de conversa, lançamento de publicações, manifestações culturais, que poderão ser promovidas em diversos locais do país: territórios, comunidades, cidades, biomas, onde atuam as organizações envolvidas, junto aos públicos participantes.

Dessa forma, a programação visa promover e sensibilizar o ecossistema filantrópico e a sociedade brasileira para os problemas e desafios vinculados ao desenvolvimento comunitário, às desigualdades de acesso à direitos e às violações de direitos humanos, reconhecendo o papel da filantropia como um ator capaz de contribuir para a criação de soluções e para o impulsionamento de mudanças sistémicas.

A Rede Comuá trabalhará na mobilização de atores e na coordenação das atividades propostas pelos diversos atores, isto é, na reunião das diversas iniciativas numa programação coletiva, facilitando a sua divulgação, mas também contando com a colaboração de todos os parceiros envolvidos. Queremos agir coletivamente, e para isso é preciso atuar de forma articulada e em rede, mostrando o impacto das agendas e ações no campo para dar visibilidade à mudança sistêmica que buscamos.

Certamente, o movimento que a Rede Comuá procura instalar com o Mês da Filantropia que Transforma está alinhado ao #ShiftThePower, já que adota uma perspectiva de longo prazo na promoção de transformações: “queremos um futuro que seja negociado, participativo e que seja amplamente apropriado pelas pessoas. Um futuro que seja desenvolvido por meio de valores e processos baseados na generosidade de um movimento, ao invés de no sucesso ou fracasso de uma instituição em relação a outras.”

Ampliar as vozes, os modos de ver, de se desenvolver, rejeitando a perspectiva colonial, é um movimento que vem se plasmando e ampliando em várias partes do mundo. E cada vez mais em rede. É chegada a hora da filantropia brasileira se integrar de modo contundente a esse quadro e contribuir, cada vez mais, para contribuir com a real transformação social a partir do fortalecimento da sociedade civil, entendida como uma ação estratégica para consolidar a democracia no país.

A partir destas ideias iniciais enfatizamos, mais uma vez, que o Mês da Filantropia que Transforma busca não apenas mobilizar múltiplos atores e agendas diversificadas no campo da filantropia, mas promover um autêntico movimento plural, uma ação coletiva que tenha a capacidade de traçar novos trajetos, de construir novos tempos e espaços, contribuindo para instalar um autêntico movimento de ruptura e transformação.

 

Por: Graciela Hopstein é diretora executiva da Rede Comuá.

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