O papel e o protagonismo da sociedade civil no enfrentamento da pandemia da COVID-19 no Brasil
Este estudo faz uma análise da trajetória da sociedade civil e da filantropia brasileira a partir dos anos 1980, fundamental para compreender dinâmicas e tendências que deem sustentação a uma das teses desenvolvidas ao longo do trabalho: a sociedade civil como um setor estratégico no processo de consolidação da democracia brasileira.
As organizações da sociedade civil (OSC) sofreram, nos últimos anos, inúmeros ataques reputacionais e enfrentarem desafios no que diz respeito à sua sustentabilidade política e financeira. Frente à crise da Covid-19, buscaram não apenas contestar a necropolítica e o negacionismo predominante por meio da construção de agendas políticas e da articulação em redes, mas também gerar respostas, a partir do desenvolvimento de um conjunto de práticas e experiências baseadas em autogestão e organização comunitária. A partir de um estudo de casos múltiplos, com instituições selecionadas por critérios estabelecidos, observouse que as OSC foram capazes de construir agendas, narrativas, linguagens e formas de produção e organização baseadas na autogestão, experiências fundamentadas numa dinâmica social em que o trabalho e a política tendem a coincidir, formando parte de um processo que envolve, ao mesmo tempo, a organização da luta e da produção. Encontraram formas autônomas de dar respostas inovadoras à crise, articulando atores, territórios e comunidades, iniciativas e recursos, e buscando soluções que envolveram desde a distribuição de cestas básicas até a condução de campanhas de informação e de ajuda humanitária, além de instalarem estratégias inovadoras de luta e resistência, frente a um cenário adverso.
Autores: Graciela Hopstein e Betina Sarue, Rede de Filantropia para a Justiça Social
Publicado: Agosto 2021
Publicado por: Group of Institutes, Foundations and Enterprises (GIFE)
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